sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Universidades Federais X Universidades Estaduais na Bahia

Sou egresso do Instituto de Letras da UFBA, formado há 12 anos. Nesta Universidade eu aprendi a ser um profissional interessado e competente na área a que me dedico hoje como professor da UNEB, da qual sinto orgulho de fazer parte, tanto quanto docente quanto como coordenador de curso.

Na UFBA, depois de retornar do mestrado na UFPB, fiz seleção para ser professor substituto de literatura portuguesa. Dividi o mesmo espaço com ex-colegas, então professores efetivos, e ex-professores, que se tornaram colegas de trabalho.

Vivi os dois lados dessa experiência acadêmica. Eu já estava aprovado na UNEB, mas esperava ser convocado antes de terminar o contrato da UFBA. Terminou por eu ter ficado em ambas por uns seis meses. Era a própria realização profissional para quem sempre sonhou ser professor universitário aprovado em concurso ou em seleção pública.

Há cinco anos na UNEB, conheci com mais profundidade os problemas desta Instituição, principalmente na falta de estímulo à carreira docente, com a limitação de progressão ou promoção pelo Governo, além, é óbvio, da falta de estrutura física ou carência de professores.

Assim mesmo, peguei gosto pela UNEB, pois foi através dela que publiquei meu livro, cresci profissionalmente como professor e pesquisador, e conheci pessoas maravilhosas, entre alunos e colegas.

Passei por duas greves durante o Governo Wagner, nas quais apoiei a nossa demanda por aumento de salário e condições de trabalho decente, frente à demanda de educar jovens estudantes e futuros professores de Letras.

Fico me perguntando por que o Governo do Estado gasta mais publicidade divulgando as novas Universidades Federais do que UEFS, UNEB, UESC e UESB. Penso que a intenção é sucateá-las, torná-las invisíveis, porque o senso comum, inclusive no Governo, diz que Federal é melhor do que Estadual.

Ledo engano, inclusive é sabido que tem universidades estaduais melhores do que as federais, como é o caso da USP e UNICAMP. Até no Nordeste, a UEPB (Paraíba) paga salários melhores do que a federal local.

Aqui na Bahia, os estudantes da UFRB paralisam as atividades em todos os centros da Instituição para denunciar falta de tudo.

Na campanha à releição ao governo estadual, o Sr. Jaques Wagner respondeu, no debate da Tv Aratu, ao questionamento de uma professora da UEFS sobre a situação das estaduais com uma fala em prol das federais que estavam já instaladas, como a UFRB e UNIVASF.

Penso que podemos conviver na mesma região com duas universidades. É benefício para todos e dinamiza-se o mercado de trabalho. Mas a que preço? Investimento em umas e corte de verba em outras?

2 comentários:

Fábio Santana Nunes disse...

Muito bom o texto, os reflexão. Parabéns!

jorge disse...

Parabéns prof. Marielson pelo texto. Jorge