segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Rota do Açúcar - Alagoas, parte 1





Na Serra da Barriga, Memorial Zumbi dos Palmares, União dos Palmares, Alagoas



Em frente à casa-grande do Engenho Inhumas, União dos Palmares, Alagoas



Casa-grande e senzala no alto e capela embaixo. Fazenda Marrecas, Maragogi, Alagoas


Quando saí de Salvador, dia 22, eu pernoitei em Maceió. Na manhã seguinte, segui para Recife. Minha intenção era fazer os engenhos de Alagoas no retorno para Salvador, a partir do dia 28.

E assim o fiz. O primeiro engenho de Alagoas foi o Marrecas, em Maragogi, litoral norte do Estado. Infelizmente cheguei já no final da tarde e não pude conhecer as praias da cidade que, segundo os roteiros, estão entre as mais lindas do Nordeste.

A Fazenda Marrecas se transformou em hotel-fazenda de boa estrutura. A casa-grande e a senzala ficam numa elevação, de onde pode se ver a capela e as instalações mais novas da propriedade. Não encontrei vestígios da moita, mas seu conjunto arquitetônico é bem vistoso quando se vê da estrada de barro que dá acesso a sua entrada principal.

Pedi autorização à recepção para conhecer o espaço mais público do hotel-fazenda, ou seja, a varanda da casa-grande e a capela, onde no momento estava ocorrendo uma missa. Fiquei satisfeito com a visita, poderia ter até me hospedado lá para aproveitar mais, no entanto, gostaria de ainda chegar à Maceió e no dia seguinte seguir para União dos Palmares.

No meio do caminho, calculando a quilometragem entre em ir para a capital ou União dos Palmares, decidi pela última, mesmo correndo o risco de trafegar por rodovias estaduais pouco conservadas. Cheguei três horas depois, numa viagem que, segundo o GPS, seria feita em duas.

União dos Palmares estava em festa de sua padroeira e as praças estavam coloridas de luzes do parque de diversão e do palco de shows musicais de axé, pagode, brega e arrocha. Depois de tomar banho e descansar um pouco, fui conhecer a festa.

Não podia atravessar a madrugada, pois de manhã cedo queria conhecer a Serra da Barriga, onde está o Memorial Zumbi dos Palmares, e o Engenho Inhumas. Como coincidentemente era também dia de feira, não encontrei o centro cultural aberto, onde nasceu o poeta Jorge de Lima.

Minha opção foi encontrar uma agência de viagens para conseguir um guia. E por sorte, achei a agência da ex-secretaria de Turismo da cidade, que me indicou um guia, Carlos, funcionário da mesma secretaria.

Muito gentil e atencioso, ele me levou primeiramente ao Engenho Inhumas, de propriedade da família de Isabel, atual secretária de Turismo, que durante uma hora ou mais nos contou sobre as histórias do engenho. A casa-grande está conservada, mas carente de uma restauração em alguns cômodos para se transformar num hotel-fazenda, intenção essa ainda em discussão entre os herdeiros.

Após essa visita, subimos a Serra da Barriga, onde, sobre seu platô, existiu o centro do maior quilombo de escravos do Brasil. No seu lugar, construiu-se o Memorial Zumbi dos Palmares. A chuva impediu um pouco a visitação, mas pude ter a noção da proposta do espaço cultural tombado pelo IPHAN. E para saudar os nossos ancestrais africanos, comemos um acarajé quentinho no término do passeio.

Ainda pretendia, no período da tarde visitar a Usina Leão, em Rio Largo, próxima à Maceió, onde eu de novo iria pernoitar. Peguei a estrada e, por não saber onde ficava a usina, entrei na cidade que tem uma paisagem do Rio Mundaú e suas corredeiras muito bonitas, além de seu casario secular ainda conservado.

Ensinaram-me o caminho certo para chegar as ruínas da antiga Usina Leão, mas o espaço reservado para visitação pela indústria moderna, que se localiza a cinco quilômetros da primeira construção movida a vapor, não foi liberado para eu entrar, porque não havia mais ninguém na administração para autorizar. No entanto, o chefe da segurança educadamente permitiu que eu fotografasse e filmasse bem rápido uma parte do prédio.

Roteiro cumprido neste dia, dormi em Maceió para na manhã seguinte conhecer os engenhos do litoral sul. No outro post, vou contar minha passagem por Pilar, Marechal Deodoro, Coruripe e Penedo.

Um comentário:

Tania Cunha disse...

Olá Marielson... Gostei muito de suas postagens históricas sobre a Cidade de Palmares e arredores do Quilombo. Que pena, que você não conseguiu adentrar no quilombo durante à visitação e apresentação, pois é uma experiência ímpar. Eu e minha família estivemos lá, postei algumas fotos dessa experiência em um blog que estou fazendo aos poucos, pois meu tempo é um pouco curto. Tentei seguir o seu, mas não encontrei onde seguí-lo. Gostaria de usar uma de suas fotos no meu Blog... Prometo colocar seu nome. Visite o meu que se chama historiaediversidadecultural.blogspot.com será muito legal tê-lo por lá. Esperarei pela aprovação da foto sobre o Engenho de Inhumas, pois neste não fomos. Que pena! Obrigada e um abraço.