sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Rota do Açúcar - Pernambuco, parte 1




Mirante de Vila Velha, antiga sede de Itamaracá, para o canal que divide a ilha do continente.

Os primeiros engenhos visitados nesta viagem pela Rota do Açúcar foram os de Pernambuco, especialmente de quatro cidades: Igarassu, Itamaracá, Nazaré da Mata e Vicência. Como decidi começar por esse Estado, tive que dividir em dois roteiros. No primeiro dia, Igarassu e Itamaracá por serem cidades próximas a Recife; no segundo dia, Nazaré da Mata e Vicência. Goiana estava também no roteiro, mas houve uma mudança no plano de vôo e, em vez de pernoitar na cidade e na manhã seguinte visitar o Engenho Uraié, fui para João Pessoa por estar à meia hora de distância e por ser a capital de que mais gosto entre as da Rota. Como expliquei no post anterior, os engenhos da Paraíba serão visitados noutro momento.
Antes de ir para Igarassu e Itamaracá, eu passei no Museu Gilberto Freyre, em Apipucos, a casa onde o escritor viveu por mais de 30 anos, ela mesma uma das casas-grande do antigo Engenho dos Irmãos. É uma bela quinta, que fica numa elevação e vizinha ao Convento dos Maristas. Aparentemente é grande, devido ao fronstispício largo e alto, mas tem as dimensões mesmas de uma residência de temporada de seus ex-proprietários. Segundo a guia, a estudante de História, Helga, a casa passou a ter status de principal, devido às enchentes do rio que margeava a casa-grande maior tê-la inundado. É proibido filmar e fotografar no interior do museu, no entanto, as informações da guia valeram mais do que rolos de filmes.
Em Itamaracá, só existia no roteiro o Engenho São João. Ele fica às margens da rodovia estadual que liga a ilha ao continente. Embora sob responsabilidade da FUNDARPE, órgão do governo do Estado de patrimônio histórico, o engenho não tem guia para acompanhar os visitantes, apenas um zelador que não tem muitas informações a dar. O que mais chama à atenção é o prédio da moita, onde ainda se vê o maquinário a vapor, o primeiro a ser usado em engenho pernambucano. A área do engenho, que compreende de casa de farinha, posto de saúde e ruínas da casa do administrador, é usada como colônia agrícola para ressocialização de detentos.
Para chegar à ilha, temos que passar por Igarassu, que tem um centro histórico bem conservado, cujos prédios avultam quando se chega na zona central da cidade, principalmente o conjunto do convento, igrejas e paço municipal, além do casario nas imediações.
Em Igarassu, tem dois engenhos listados. O Munjope é o mais importante em termos de arquitetura de Pernambuco, segundo o historiador Roberto Carneiro, da FUNDARPE, com quem mantive contato, e fica na BR 101, retornando para Recife. Mas eu não pude visitá-lo, porque errei o caminho e, como já estava anoitecendo, não queria arriscar.
A importância do Munjope, deve-se a preservação original de seu conjunto, ou seja, casa-grande, capela, moita e senzala, diferentemente dos outros que não tem todos esses prédios. Mesmo que eu acertasse o caminho, não poderia entrar, pois precisa de autorização da FUNDARPE. Ele está sendo reformado e, enquanto estiver nesse processo, não é liberada a visitação, no entanto, o historiador disse que poderia abrir uma exceção para mim.
Planejei visitá-lo no retorno de Goiana, pela mesma BR 101, quando fizesse a rota dos engenhos da zona da mata, na quinta, dia 27, mas não o fiz, porque ao chegar em Goiana, no limite com a Paraíba, na quarta, 26, decidi mudar a rota e visitar João Pessoa.
No próximo post, falarei sobre os engenhos de Vicência e Nazaré da Mata.

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