terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Engenhos literários e sentimentais


Logo do Roteiro Integrado da Civilização da Açúcar



O começo da viagem na divisa da Bahia com Sergipe.
Até Recife, foi muito chão, chuva e chocolate, para distrair a boca e dá energia.




Fundação Gilberto Freyre, em Apipucos, Recife, casa-grande onde ele morou, o qual escreveu vários textos sobre a "civilização do açúcar". Lugar belíssimo e inspirador.


Desde sábado, estou viajando de carro pela Rota do Açúcar, ou como institucionalmente o Ministério do Turismo denominou de Roteiro Integrado da Civilização do Açúcar, um produto turístico que visa a diversificar as opções de visitação ao Nordeste, incluindo o interior.

Este projeto engloba os engenhos e usinas de açúcar de Alagoas, Pernambuco e Paraíba, no qual mostra a arquitetura e a memória cultural das cidades e comunidades que surgiram a partir do plantio da cana e da produção de seus derivados, como açúcar, cachaça, álcool e rapadura.

Antes da integração dos Estados em consolidar este produto que, se não é inovador, é rico em opções, eu já me interessava, mesmo que com pouca dedicação de pesquisa, às referências desta cultura do açúcar nas obras de autores nordestinos, como José Lins do Rego, Gilberto Freyre, João Cabral de Melo Neto, Jorge de Lima, José Américo de Almeida, Graciliano Ramos etc.

Agora, decidi unir lazer e trabalho nessas férias para realizar esta viagem de mapeamento pelos engenhos listados no Roteiro. Como o tempo é pouco para percorrer todos as cidades, fiz um recorte geográfico para Alagoas e Pernambuco neste primeiro momento.

É a rota mais rápida, devido à proximidade entre as capitais e os engenhos. A Paraíba foi o primeiro Estado a fazer seu próprio roteiro, já consolidado com produtos diferenciados, como festas populares e degustação de bebidas nas cachaçarias do Brejo, onde se localizam as cidades de Areia, Bananeiras e Serraria. Este roteiro, pretendo fazer na segunda excursão.

Meu projeto se chama "Engenhos Literários e Sentimentais" e deverá ser um documentário de longa-metragem, para 0 qual devo captar recursos e começar as filmagens ainda neste ano. É uma idéia original, cujo interesse tem despertado a atenção de profissionais ligados ao patrimônio histórico e ao turismo. O contato com os gestores nessas áreas têm sido muito proveitoso, pois precisarei de seus conhecimentos para preparar o roteiro audiovisual, inclusive com gravação de seus depoimentos.

Nesta viagem, eu vou fazer o caminho inverso. Segui direto até Recife, com parada em Maceió para pernoite no sábado. Em Pernambuco, devo ficar três dias. Hoje, visitei Igarassu e Itamaracá. Terça, vou mais longe: Nazaré da Mata, Vicência e Goiana. Retorno quarta para Recife e sigo noutro dia para Alagoas, onde começo por Maragoji (norte) até Coruripe (sul). Pretendo chegar a Salvador na segunda-feira, dia 30.

Está sendo uma aventura com sabor de rapadura e talagada de cachaça, tudo isso com moderação, senão dá dor de barriga e embebeda, e ficar indisposto e não poder dirigir é perder o bom da viagem, a descoberta de lugares desconhecidos.


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