sexta-feira, 29 de junho de 2007

Gay no futebol só como torcedor?


Futebol é coisa de macho, certo? Certo para os machistas e homofóbicos. Errado para quem considerar o futebol também como esporte preferido de homossexuais. Eles só podem participar fora do campo, como torcedores nas arquibancadas dos estádios ou na poltrona de suas casas. Como jogador, nem pensar, embora Dadá Maravilha, heterossexual, jogador da Seleção Brasileira na década de 70 revelar que, naquela época, já existiam muitos jogadores gays. Ele inclusive já foi cantado por um colega de equipe que adorava suas pernas.

Se naquele período de repressão sexual o babado já rolava nos vestiários, imagine agora, com abertura e afirmação homossexual em cada esquina, embora ainda com restrições violentíssimas de homofóbicos de plantão, com porrete e revólver na mão.

A polêmica agora eclodiu, veio à tona, quando o diretor administrativo do Palmeiras no programa "Debate Bola" (Record), insinuou que Richarlyson (foto), jogador do São Paulo, seria gay. Quando indagado se na equipe palmeirense havia algum atleta homossexual, respondeu: "O Richarlyson quase foi do Palmeiras".

Segundo matéria no Folha Online, a pergunta teria sido feita, depois que divulgaram em um jornal paulista que a equipe do "Fantástico" estaria negociando uma entrevista exclusiva com um jogador de um grande time de São Paulo, na qual ele revelaria sua orientação homossexual. A Globo desmente.

Desmentidos ou não, atos falhos ou não, ninguém acredita de que não existam jogadores gays no futebol brasileiro. Eles estão, é verdade, ainda no armário (dos centros de treinamento, dos vestiários dos estádios, de suas próprias casas...), mas declarações como a de Dadá acima, já sinalizam que o jogador gay pode ser justamente aquele que fez, no último jogo, a alegria dos torcedores ao chutar a bola, pontuar com um lindo gol e tornar o time vencedor da partida...

Segundo comentários, algumas pessoas que convivem com Richarlyson (fora ou dentro de campo) sabem de sua suposta homossexualidade, mas que não deixam de vê-lo como profissional de futebol, inclusive com títulos de campeão em torneios nacionais e estaduais.

Só achei estranho o advogado do jogador, que pretende processar o cartola do Palmeiras por danos morais e materiais, declarar que conhece "a família dele, sua índole e seu caráter há 11 anos, desde que ele começou a jogar". Quer dizer que ser gay é não ter caráter? Há, inclusive, muitos heterossexuais canalhas.

Por ser um esporte com maioria masculina, assim como nas Forças Armadas, existe uma certa fascinação dos homossexuais por seus praticantes... Quantas vezes, em revistas de nu masculino, jogadores já se despiram para os gays? Vampeta, por exemplo, foi um deles. Questionaram inclusive se ele era realmente heterossexual, só pelo fato de posar para "GMagazine". A justificativa de alguns foi a de que só de imaginar que um outro homem terá sonhos eróticos com o jogador, depois de publicadas as fotos, já é indício de que ele seria gay, pois se satisfaz com esta exposição pública de sua nudez. Houve até dirigentes de times de futebol que proibiram seus jogadores de posarem nus. Do contrário, demissão. "Nem para revistas femininas?", perguntariam os jogadores-modelos. "Não! Os gays são os que mais compram revistas de nu masculino", argumentariam os cartolas desconfiados. A sexualidade humana é tão complexa... Freud já tentou explicar.

Há gays que praticam futebol tanto pela atividade física, desportiva ou profissional, quanto pelo prazer de estar ao lado de outros homens, do contato corporal, pela virilidade. Fora do campo, gostam do esporte tanto como torcedores de times, quanto admiradores da beleza ou porte atlético dos jogadores. Existem homens que não suportam nem ouvir falar em futebol, nem por isso deixam de ser heterossexuais.

Mas há também gays e heterossexuais homofóbicos, que torcem, por exemplo, para o São Paulo Futebol Clube. Como as torcidas organizadas, em sua maioria, são bastante radicais em seu furor gremista e, não raro, serem células de atos criminosos e de vandalismo, eu temo pela segurança de Richarlyson, mesmo que ele nem seja realmente gay...

O machismo é cego e letal.

2 comentários:

Anônimo disse...

Futebol, assim como qualquer outra paixão, é motivo para a "tragedia", os gregos sabiam disso, Shakespeare sempre soube. O Brasil é apaixonado por futebol e por mortes, por violência, por todo esforço cruel. O Brasil é um pais dos Gregos Antigos. O Brasil é um lugar da "peste" que nos falou Artaud, onde a cultura é crua.
Mas seu texto é primoroso. E é mesmo um gol de letra!
Viva! o futebol!
Viva! os gays que gostam de futebol!
Viva! esse rapaz (gay ou não) e todos os outros jogadores gays!
Principalmente os mais "craques" e os mais "entendidos"...
Beijos
Makarios

Anônimo disse...

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